As loucuras de amor de uma mulher - parte II

No dia seguinte, Vivelinda acordou radiante, havia muito tempo que não se sentia apaixonada assim, feito uma adolescente. Cada vez que o telefone tocava, pensava que era o garotão da noite anterior. Embora não fosse ele, não importava, porque sentia-se viva de novo e sabia, na parte mais íntima do seu ser, que reencontrá-lo, seria uma questão de tempo. Era uma mulher decidida e madura, ou seja, conhecia bem as armas da sedução e reconhecer quando um homem estava caidinho por ela.

Finzinho de tarde, Vivelinda encontra-se em casa, imersa em seu trabalho, com seu copo de vodka e seu cigarro, quando mais uma vez o telefone toca. Seu coração dispara, será ele dessa vez? Olha o número na secretária eletrônica, ela desconhece. Fica mais nervosa e ansiosa, deve atender ou se fazer de difícil? Deixa tocar mais algumas vezes e decide atender. Era ele. 

Danúbio é tímido e está saindo de um namoro complicado, andava deprimido, mas aquela noite o marcou, pois estava enfeitiçado por aquela mulher. Era como se eles se conhecessem há muito tempo, sentia feliz por sentir seu coração disparar em seu peito outra vez. Todavia, ainda estava inseguro, pois Vivelinda é de outra classe social, independente e suas filhas tinham quase a idade dele, estaria ela interessada em um rapaz que iniciou sua caminhada agora? Eram essas as suas incertezas, mas a atração por ela falava mais alto. Ligou, fazendo-se de desinteressado, para saber como havia sido o dia da mulher que entorpeceu seus sentidos. À medida que a conversa ia se desenrolando, Danúbio sentia-se mais confiante. Papo vai, papo vem, tomou coragem e a chamou para tomar um chopinho naquela noite.

Ela tremia, feito vara verde, e quase teve uma síncope ao receber o convite. Fez uma pausa, como se estivesse pensando, e por fim aceitou.

Às 20h, estava Danúbio, apreensivo, em frente ao Bar da Brahma, na Avenida São João. Quando vê Vivelinda se aproximar fascinante, jogando seus cabelos longos e loiros para o lado e desfilando pela calçada. Por um minuto pensa que seu coração sairá pela boca, fica desnorteado. Ela chega, ele a cumprimenta e fica sem ação. Vivelinda vibra com a emoção causado no pobre rapaz, dá um sorriso sedutor e o convida para escolherem uma mesa. Ele, sem graça, sai do transe e, timidamente, inicia a conversa com aquela que parecia uma deusa.

Conversaram, beberam e comeram. Uma noite agradabilíssima, como imaginaram que seria, mas ambos ainda ressabiados com a situação inusitada em que se encontravam. Contudo, o que tinham a perder? A princípio nada. 

Ele ficou preocupado com o avançar das horas, tinha que estar no quartel cedo no dia seguinte. E a perguntou se concordava com o fechamento da conta. Ela o achou fofo e concordou. Ao saírem, sem jeito, disse que não poderia levá-la para casa, pelo fato de não ter carro. Ela sorriu, dizendo que não tinha importância, pois estava de carro e lhe ofereceu uma carona. Aproveitaram os últimos minutos na companhia um do outro até o apartamento dele. 

Chegado o momento da despedida, Danúbio toma coragem e rouba um beijo de sua deusa, a qual retribui ardentemente. Entorpecidos, ambos se despedem e ficam de combinar o próximo encontro. Suspirando, Vivelinda segue para seu apartamento, saboreando o gosto daqueles lábios juvenis. Parece um sonho, do qual não deseja acordar. 


Vivelinda já não é mais a mesma, há um transbordamento de emoções dentro dela, que a fazem se desconhecer. Cadê aquela mulher durona, a qual esnobava os homens mais lindos e requisitados da alta sociedade? Agora se vê perdidamente apaixonada por um rapaz, o qual tem a idade de sua filha mais velha. 

Inicia-se um grande conflito em seu âmago...

Continua...

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